Cumprir um juramento... Se alguém que realmente vai às últimas conseqüências para cumprir sua palavra, soubesse tudo que envolve seu futuro após uma promessa ou um juramento realizado... Tudo que ele e seus chegados irão passar para cumprir seu intento, preservar sua honra e satisfazer um voto... Talvez esta pessoa recuasse no “instante de ouro”, instante onde o destino parece fazer uma pausa para que você decida. Momento onde os deuses param seus afazeres e se reúnem como espectadores. Instante em que mesmo o próprio “Tempo” parece passar mais devagar para ver o que está acontecendo.
Qual a motivação para superar tudo e cumprir a palavra?
Bom... Alguns cumprem suas promessas pelos outros, motivados pelo seu senso de humanidade, ao se preocupar com as necessidades do beneficiado por seus atos de coragem e perseverança. Estes são os altruístas.
Muitos cumprem sua palavra por cobiça. Vendem sua honra como quem negocia com um mercador de destinos, estes são os gananciosos.
E existem ainda aqueles que cumprem sua palavra por sua honra, por sua reputação, pelo famoso nome a zelar. Estes têm em mente que sua palavra jamais poderá ser descumprida ou então sua honra, que significa seu valor perante a sociedade, não valerá mais que uma palavra vazia ao vento.
O que eu penso sobre honra?
Esta não é uma pergunta fácil. Aliás, honra é um conceito muito singular, e o homem que a preza, passa sua vida construindo e zelando por algo que é subjetivo, volátil, que não tem preço estipulado, mas que pode fazer transformações nas vidas das pessoas. A honra em muitas sociedades pode ser como uma carta de crédito. Para os que ficaram cegos pelo orgulho e pela vaidade, ela é status; para os idealistas é objetivo final, quase utópico, principalmente para os homens que realmente tem um “coração dourado, a honra é meio de vida.
E o por quê?
Ora, ela pode fazer o inimigo tremer ao ouvir o nome do oponente, se este é honrado. Ela pode ajudar a vencer guerras, ou levar à derrota, caso seja confundida com burrice. Mas costumo pensar nela, como uma forma de prevenir os confrontos, e principalmente sei que a honra e a reputação ilibada soam nos ouvidos dos oprimidos e desesperançosos como proteção e fé, respectivamente. Digo mais, a honra é como a personificação da apoteose do caráter humano, é o mais perto que este pode chegar dos deuses. Tanto é verdade que faz parte do juramento, do voto de um cavaleiro “... seja justo e honrado para que Deus possa amá-lo”. E quando fiz cada um dos meus votos, orei para que Valker, o Deus da justiça me ajudasse a cumpri-lo.
Pois, sei que é quando ninguém está olhando, nem mesmo os deuses, é nestes instantes que se julga a verdadeira honra e caráter de um grande homem, esta é a hora de perceber se há aço e ferro puros na espada, sangue no corpo e fé na alma, suficientes, para levar a honra e o juramento até o fim!
E este “instante dourado e decisivo” se aproxima sorrateiro, sempre à espreita, nunca se sabe qual a decisão tomada que mudará sua vida, se aquela decisão lhe trará o júbilo merecido, ou a desonra temida.
Contar-lhes-ei uma história sobre juramentos e honra, sobre cair e se levantar, afinal é disso que a vida é feita. Em uma mistura de amor e ira, emoção e razão, glória e traição, sonho e devaneio. Especialmente numa família com centenas de anos de tradição na cavalaria mais importante deste mundo. Os Cavaleiros do Dragão Dourado de Valker. Pois sou Jacques Golden Heart, paladino da Justiça de Valker, Grão-Mestre da Liga das Ordens de Cavalaria dos Dragões Dourados, um Cavaleiro D´Or Cor e através destas páginas, lhes contarei minha história
Começarei por minha linhagem...
